Há pétalas de esperanças caídas no chão
E sequelas de nostalgia levadas pelo vento,
Retalhos do humor afrodisíaco eu os invento
A fim de abstrair fragmentos do meu tesão.
 
Há pedaços de felicidade cerzidos de tristeza
E galhos de solidão nas marquises das horas,
Grãos infinitos de sonhos que revivo de outrora
São temperos de saudade levados pela correnteza.
 
Há minúsculos filetes de lágrimas em minha face
Que parecem cubos onde umedeço meu disfarce
Para que meus devaneios não sejam caroços secos...
 
Há caules de sofreguidão que permanecem vazios,
Mas pelo tronco da existência me lavo e me espio
E me preparo solene para o descanso. E adormeço!
 
 

 
DE  Ivan de Oliveira Melo

Ivan de Oliveira Melo
© Todos os direitos reservados