O que te trazes?
Não há coisa alguma aqui
Moças e rapazes
Este texto é um nada
Fótons que enxerga
Como numa esplanada
Partículas leves e intangíveis
São um grande nada
Sou o que sou
Sou o que faço
Sou esse texto
Sou um palhaço
Sou muitas informações
Sem quaisquer matérias
10 trilhões de células
A 100 de bactérias
Sou constante atualização
Sou um baita de um dilema
Sou mais outro do que sou
Sou um problema
Quarks que me compõem
É ciência já explanada
Partículas leves e intangíveis
São um grande nada
É o que é
É o que faz
Você é nada
Rapaz
Qual se sentir? Um de muitos?
Único entre mais ninguém?
Quais são os atos
Que lhe entretém?
Falar e o eco ouvir?
No espelho, se olhar?
Sempre tentar fugir,
Mas se prender no andar?
Onismo? Vacância?
Ironia? Idiossincrasia?
Nada disso!
Solidão!
Você está só!
Só!
Só!
Só!
SÓ!
Mas...
Não é "só" isso!
É o que é
Ser algo é uma escolha
Que parece antagonia
Mas somente desse modo
Há alguma companhia
Por que está abalado?
Deixe que é inócuo
Nem questione
Esse texto está no vácuo
E assim, é reflexo de todos
Que surgem em manada
É reflexo de todos
Por ser reflexo do nada!
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não use-o comercialmente
- Não crie obras derivadas dele