Última visão registrada pelas retinas,
Derradeiro sabor provado das lástimas da vida.
Este licor amargo, provamo-o todos, na partida
À terra do marasmo perpétuo, distinta das escrituras divinas.
Dê-me um cálice desta viscosa e negra bebida!
Do que me serviu o silêncio diante das horas assassinas?
Que fiz senão tentar a estabilidade e ignorei adrenalinas?
E agora, que o tempo se foi, a vontade está perdida...
Bebemos todos os dias deste licor uma taça...
Parece saboroso, encorpado, mas nos conduz à desgraça...
Ah... Quando percebemos já é demasiado tarde!
Porque somos criaturas tristes e tão descuidadas.
Sorvemos o líquido do veneno como imortais diante de espadas,
Mas não o somos... E tal iguaria mortal, em nossas entranhas arde!
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