O MUNDO DE ÁQUEM
 
Venha, sinta minha alma
Lamentos que se juntam
Como louco a se reter 
Perdido num mundo escuro
Envolvendo o amanhecer.
 
Afronta a vida, foge da morte
Corroí o peito na dor
E chora lasciva a mente.
 
Pobre alma contundida
Pobre ser que não amou
Viveu os resquícios do tempo
E no mausoléu se perdeu.
 
Avante, assume a guerra da hora
Não fujas do inevitável
Grite, fale, e não se esqueças
Da fortaleza que se montou.
 
As rugas do inquebrável
Como labaredas do além
Sente o cheiro da fumaça
De um mundo sem ninguém
 
Afogou-se na calmaria
Deixou o vento assoprar
Num ruído estrondoso
Trazendo o som mar.
 
Partículas da nave mãe
Sonho feito de limão
Aguça a vela do navio
Partindo no aquém a procurar.
 
Longicas paradas a avistar
Solo fértil e intragável
Nuvem de algodão a ancorar.
 
Como o leme que dissolve
E a montanha a assinalar
Os frutos de uma época
Que breve, irá chegar.
                     E2RM

 
                        24/11/2014

Rita Marilda Paulino
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