Era um silêncio impuro, mas um calar consentido e necessário.
É assim quando não há mais nada a dizer, a ausência total das entrelinhas e reticências.
 Se fosse uma oração, seria pura essa  falta das palavras.
Reza também.
Mas não é nada disso.
É um tipo de mágoa que vai passar silenciosa, um sentido que deixa de ser.
Um descarte.
 A reciclagem grita pela  inexistência dos sons.
A minha chora.
Daí, me calo.
É o protocolo para a cura das minhas dores o distanciamento dos barulhos que o outro produz, não os quero mais.
O meu tempo, o agora, pede paz.
Bandeira branca,
sem cor,
sem brilho,
sem mais.
Não mais.
Aqui jaz!

Luciana Araujo
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