Saberei um dia viver
longe das guerras da rima,
daquilo que me aproxima o gosto
em sobreposto a tantas dores.
Hei de saber um dia viver
sem pintar o rosto,
posto ao desgoverno do mundo.
Preciso é saber sorrir só.
Saberia, num dia desses de viver,
tirar o pó e a solidão,
polir o assoalho-coração
de emoção nova, trova velha.
Soubesse um dia viver um dia,
alegria sempiterna e fria
de olhos abrindo em mar
e não mais represar essas águas,
saberia não morrer, não me afogar.
São Paulo
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