Paralelas

 A rua onde moro
É uma rua cheia de vida,
É uma rua que me faz sentir viva.
Quando, aqui dentro, a vida perde o sentido...
Tudo se movimenta a todo instante
Carros passando, carros parando
Pessoas indo, pessoas voltando
(Para qualquer lugar, de qualquer lugar)
Gente calada, gente conversando
Pessoas sorrindo, pessoas chorando
Casais namorando, beijando
Outros, brigando
Carros que passam silenciosos, outros buzinando
Sinal abrindo e fechando.
Os guardas, às vezes, apitando.
Sirenes de ambulância tocando

Tentando salvar a vida de alguém
A vida que eu tenho,
E estou deixando morrer aos poucos...

E eu, no meu olhar cá do alto
Entre grades que eu mesma coloquei
Toda fechada, enclausurada
Negando essa vida aqui dentro... 

A vida, cheia de vida
Que ainda me faz sentir viva...
Essa vida que pulsa lá fora
Me convida a viver...
Preciso abrir minhas portas e janelas
E pela vida que vibra 
Me deixar envolver...
 

Precisando viver a vida que segue... entender e aceitar que ela "continua, linda e bela como sempre foi".

Juiz de Fora, 14 de março de 2015