A TUA IMAGEM vejo sumir diante de mim –
Não só agora, ela desaparece todas as manhãs!
Os dias me são úmidos e sombrios...
O que de bom me resta é só uma vaga lembrança
Das palavras que dizíamos sobre o amor!
Já não tenho para onde olhar;

Já não crio mais versos elaborados;
Já não há mais pensamentos amáveis
Que me faça nutri-los como obrigação...
As tardes que eram amorosas,
Ficou num único tom cinzento –
Um cinza-morte a me espreitar!

Aqui estou neste tempo que passa;
Aqui posso esquecer-te algumas vezes,
Ouvindo o ruído da insensatez incompreensiva;
Ouvindo o instante em que tudo se cala,
Aproveitando os momentos existentes –
Escutem-me, vou falar um pouco de solidão...!

Os que não a podem ouvir são os que mais a temem!
Ah! Quando eu te amava tudo era belo...
Ai, hoje o tempo me é cruel e irônico...
A malícia zomba da minha compaixão –
Que importa? Onde encontrar o riso?
O espírito da ilusão zomba de mim...

 

Jairoberto Costa
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