Às vezes no silêncio da hora
Do dia nem sei
Pois meus olhos... Não ouso abrir
Temem as lágrimas que ainda clamam por vir
Pilares que sustentam a dor do coração
Veias que pulsam prestes a explodir
Ventos que teimam em me perseguir...
 
Se agora é madrugada nem sei
Se noturna... Quem sabe... Já passei
Pois meus olhos... Não ouso abrir.
Da clara chama da lua
Emergem imagens dos versos do sol
Desvendam-se no doce do agora
Mas meus olhos vacilam vendados
Silenciosos pensamentos
Vagueiam por estrelas
Viajam pelo fogo
E perdem-se na escuridão
Posologia... Das pedras
O gueto por onde passam as aguas dos meus rios
Mas não as lágrimas de meus olhos
Às vezes no silêncio da hora. Njp

 

Neila Janeia
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