O Sentido da Vida
A Nietzsche, Krishnamurti e James Dean
“O sentido da vida consiste em que não tem sentido nenhum dizer que a vida não tem sentido”. – Niels Bohr.
 
Os Pássaros têm asas para voar,
Para sentir os ventos, o céu, o Sol,
O horizonte e a densidade do ar...
 
Os Leões, reis das feras, têm vis garras
E presas potentes para caçar,
Para equilíbrio do que a vida narra...
 
Os Peixes têm guelras que lhes permitem
Respirar sob as águas e a desgarra
Da terra. Eis seu valioso item!
 
As Borboletas, da metamorfose
Vindas, voam e assim nunca desistem
De reiniciar o ciclo em overdose!
 
O Boi vê os homens com paciência infinda,
Pastam em ritmo tranqüilo e com pose,
E se engordam p’ra nos dar a carne ainda...
 
As Tartarugas andam,  nadam lentas
Passando leves como se asas lindas
Tivessem pelos séculos e lendas...
 
Os Patos de tudo fazem um pouco,
Andam, nada e voam, mas atenta,
Têm pés chatos e canto ruim e rouco...
 
O Papagaio que nossa voz imita,
Mas seu falar coeso qual dum louco,
Diz o que aos ouvidos alegra ou irrita...
 
Os Macacos que se deleitam em gestos
Em quase tudo iguais à nossa dita,
Fazem para si jóias de alguns restos...
 
E que dizer do destino das Árvores?
Veja o nobre Carvalho: um palimpsesto...
O Pinheiro sobre a laje de mármore...
 
Os cereais, como o Trigo, ou o Milho,
Que se amoldaram como se aflore
A serventia à necessidade ao filho...
 
‘té o modesto fungo da Penicilina
Se aprontou como útil e colore
O mínimo ao máximo da sina.
 
Eis, portanto, saiba que aqui o Homem,
Não tem como destino a rotina,
Nem tampouco a guerra que nos consome...
 
Não é sua memorável e vã glória,
E nem que sua alma os vis a tomem,
Não é com discursos de mil vitórias...
 
Nem ainda com a insana rebeldia,
Ou com recontar a mesma História,
Que se prepara o destino ao dia!
 
O Homem, sabiamente a Natureza
O preparou, e com muita alegria,
A que dispusesse da maior beleza...
 
Ao Homem cabe usar a sabedoria,
A inteligência, o cérebro, a nobreza
Da mente à alçar a imortal magia!
 
A soma na árvore da Ciência,
Buscar sempre, a cada novo dia,
Conhecer, eis a Grande Rebeldia!