Não chores porque não vê meu choro

Não tema por minha ausência que beira falta de decoro

Lembre do que de mais profundo há

Que serei sua eterna menina, irei sempre lhe amar

Perdão por meu medo, tento não ver

Não imploro para que lutes, de fato pouco tenho a dizer

Fito a com meu olhar longínquo

Impermeabilizo o que por ti e por tudo isto sinto

E quando rezo, por vezes entre outros caminhos o coração vagueia

Essa aparente falta de sangue em meu coração e veias

Lhe amo, mas a deixo

Não prendo, mas também nada vejo

Vivo cá imaginando

Vives aí , num sono quase etéreo, sonhando e, quem sabe, algo esperando

Não lhe consolo

De nosso passado e presente me isolo

A saudade não pode chegar

A possibilidade da perda nem de longe há de se revelar

Escondida no nosso futuro, talvez deixe esse anjinho iluminado no escuro

Não encontro quem fui ou quem fomos, deixo minha protetora hoje desprotegida e em apuro

Como há de saber de meu amor? Como saberei eu? Como livrar me deste temor?

Quero-a aqui e por isto continuarei a fingir

Oro pelo perdão não Divino, mas pelo teu

Sonho com a chegada dos momentos de contigo meus sorrisos e sonhos repartir

Não creia que me afasto de ti. Minha vida é uma continuação de tudo que estivera a refletir

Vó, lhe amo, fique em paz até o momento do milagre que sobre este mundo atua tenaz

 

21/02/06