A beira da estrada, imponente e forte,
Uma velha cruz silenciosa e pendida.
Anuncio de uma trágica e repentina sorte
Estendal do fim de uma humana vida!

Mais eis que, no seu braço fino, suporte,
Um verde ramo nascido na fenda da rocha
Abraça a cruz e nela uma flor desabrocha
Adorno da vida sobre a frieza da morte!

Velha cruz... Que historia conta teus traços
A beira de um abismo em ermo abandono
Quem escreveu o nome nos teus braços?

Velha cruz... Vida e morte, fúnebres laços.
Guardiã que data início e fim do seu dono
Dona inefável dos seus últimos passos!

Carlos Cintra
© Todos os direitos reservados