Vivia-se ontem o que na alma brotava
Livre de vontade pela periferia da razão
Eternidade é noite, o amanhã se sonhava
Revelando um mundo, um lindo coração.
 
Superficial ao toque que além se imaginava
Ilusão que disfarçava a insônia da paixão.
Guardada na saudade o olhar da madrugada
Cerrado na esperança do presente que diz não
 
Incessante busca em direção a natureza
Rumo que o enredo cria em si uma certeza
Do coração exilado pelo tempo que lhe parte
 
Clama ao céu pela chuva que prazer é nudeza
Alma órfã em liberdade do que lhe é tristeza
Pela poesia que a dor embeleza a sua arte
 

 

 

Murilo Celani Servo
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