A sorte parece um presente

 Daqueles que a gente ganha
Da tia mais chata e fanha
No natal mais tenebroso
Um clima “gostoso”
 
De família em volta da mesa
E a velha com a língua presa
Anuncia entre os dentes
Pros poucos parentes
 
O amigo oculto da noite
É você, e se prepara ao açoite
E surpreendentemente 
Era o seu desejo exatamente
 
Ali expresso
E naquele acesso
Contra a luz  dispõe
A matéria que compõe
 
Aquele par de meias coloridas
E a pobre criança ferida
Enganada pela vistosa embalagem
Termina chorosa, repetida imagem.

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