O dia seguinte

Ergue-se o mar e a onda que levanta,
Ultrapassando o quebra-mar.

A tudo devora e quebra o mar,
e o que é mundano e vil, suplanta.

e no extenso litoral que desfalece,
Sucumbindo à fúria tormentosa,
todo animal, humano ou toda rosa, 
E todo o mal, enfim perece.

E todo o bem lamenta e geme,
Vozes emudecem, olhos se arregalam,
e todo joelho enfim, se dobra,

O vento ruge e se abate, e a Terra treme,
Enquanto os continentes se abalam,
E ao fim, nenhuma vida sobra.

Foi-se toda a Terra e todo o povo,
e toda a vida foi, partiu.
mas tudo o que era e sucumbiu,
Ainda há de ser de novo.

pois, eis que em novo amanhecer,
ferida a besta e morta a fera,
tudo o que foi e o que  era 
E já não é, mas volta à ser;

Contempla à vida a renascer,
No limiar, da nova era.
E o mundo vê, se persevera,
A vida nova florescer.

(Inspirado na poesia “apocalipse” da Poetisa Rosely T. Sales)
BRUNO
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