Minha Filha, Não Há um Dia Sequer... (Parte III)

Minha Filha, Não Há um Dia Sequer... (Parte III)

Minha filha, não há um dia sequer que não me lembre do seu carinho...


No silêncio do íntimo momento em face da vida atribulada
A orientação negada e os limites que deveriam a ti chegar por meu intermédio, querida
Em minha mente são convertidos em preces para que sejas protegida dos dissabores da vida
Que se instrua para viver no padrão material que pelas suas próprias forças seja adquirida
Que se instrua também para identificar se suas ações resultarão aos outros maldades sofridas
Este é o meu clamor mudo para que sejas do bem se estiver exposta a exemplos mesquinhos


Não façais aos outros aquilo que não gostaria que fizessem com você
Este é a base e o glacê da fórmula da justiça por simples meditação
Há muitos séculos, para todos, houve esta sublime revelação
Que deverá guiá-la por toda a sua vida em cada decisão
Que é o que resulta em maldade quando ignorada esta simples reflexão
Estarás assim em paz para trilhar, no jardim das amarguras e privações, o seu próprio caminho


Faça aos outros aquilo que gostaria que fizessem por ti
Está aí representada a bondade dentro de nós e que depura o caráter da sociedade
Pratique sem nada esperar em troca para não receber de volta a falsidade
Que agindo assim não receberás menos do que amor e amizades de todas as idades
Que também, porém, a ingratidão será para ti uma dura realidade
Experimentará, assim, a grandeza moral dos seres que melhoram este mundo de espinhos


Em seus amores procure sempre alguém que queira crescer em moral e conhecimento
Afaste-se sem lamento de quem não se constrange por você trabalhar para ela sem descanso
Pois o egoísta criminoso se revela nos detalhes que do caráter negligenciamos
Que somente as atitudes identificam o íntimo e não as palavras disparadas sobre os panos
Que assim encontrarás conciliação caso enfrentes uma crise despontada pelo engano
Assim também serás forte contra ilícitos emocionais para mantê-la sobre perverso domínio


Minha filha, não há um dia sequer que não me lembre de nosso bem-estar...


Sonhava em acompanhar a sua educação e mostrar-lhe as faces do mundo
No lamaçal imundo em que são geradas as atitudes danosas aos seres da Terra
A mais simples tutoria da vida que poderia oferecer a ti me foi negada em nossa era
Que este direito, para mim, definitivamente, foi revogado por causa da guerra
Que talvez, com sorte, poderei vê-la adolescente e resgatar-nos da frustração que descerra
O desbaste da pedra bruta que deveria ter começado desde o seu primeiro caminhar


Hoje, por imposição legal, sou apenas um número na sua conta corrente
Assim como para os seus entes paternos, seu nome representa apenas uma história sofrida
Quantos se foram sem poder lhe contemplar, minha filha querida
Que perguntaram por ti até o fim da vida
Que gostariam de passar ao menos um Natal com o som próprio da alegria infantil expandida
A tristeza sem medida reservada ao pai por ver sofrer seus avós e tias por você não estar


Minha filha, não há um dia sequer que não me lembre de seu semblante...


Assim como a seu irmão, eu amo demais você minha querida filha
Nosso convívio foi determinado no seu nascituro desde o nosso primeiro olhar
O seu quarto sempre está pronto para o dia em que, quiçá, vier conosco morar
Que seus entes a esperam para todo um convívio recheado de amor a te declarar
Que seu irmão a espera para crescerem juntos num ambiente de paz e união a se respirar
Mas sou consciente que nossos laços afrouxados não permitirão saber se me amas como antes


Se vivo estiver no futuro em que independente estarás de sua carcereira
Em que poderemos um dia viver como uma simples família brasileira
Eu juro que tentaremos recuperar o tempo legalmente negado por falsas bandeiras
Que viveremos juntos com a almejada alegria nata e caseira
Que seremos como deveríamos ter sido a vida inteira:
Pai e filha na rotina, na alegria, na tristeza, na brincadeira, na vida edificante


Fim...

Esta Poesia tem Três Partes...
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Campanha pelas Igualdades Temporal e de Custeio

Que alguém conhecedor desta triste realidade
Diga que esta revolta é incoerente ou injusta
Que as colocações nos versos
Revelam impropério ou devaneio

Saibam que ela é dirigida à conduta de pessoas
Que praticam a barbárie descrita sem rodeio

E quem dormiu com o inimigo
E pagou os custos na infeliz trajetória
Reconhece a história e descobre muitos versos
Como um vívido exemplo passado em seu seio
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Poucos Poderão Dizer que não Beberão Deste Cálice...

Leitura Importante +++
Síndrome da Alienação Parental e a Tirania do Guardião

Documentário +++
A Morte Inventada
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Imagem e poesia também em... http://olhares.uol.com.br...
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Poesia elaborada em Aracaju-SE