A Dor do Esquecimento

A Dor do Esquecimento

admirando o silêncio intacto das estrelas
pela noite fria
os pensamentos vão se desfazendo
inundando as ruas de armadilhas
eu faço questão de tropeçar em todas elas
eu caio de joelhos
em meio as feridas me levanto
olho o horizonte vazio
os postes já não apresentam luz
meus olhos brilham na escuridão da tristeza que habita a minha alma
pois eu já não acredito em palavras
observo as lágrimas cairem
doe
sentir o estomago apertar
a fome passar
vontade apenas de dormir
me isolar
todos os cantos rodeados de lembranças
e eu volto a dormir quando o sol nasce
estou perdido no tempo e espaço
é engraçado
eu estava rindo agora pouco
e agora estou me movendo em direção a lugar nenhum
os objetos intactos
lacrados dentro de um silêncio absoluto
fugindo dos medos
caindo no mesmo abismo
não tem jeito
tudo o que o amor faz é sofrimento
a tv ligada
a insonia pesada
eu choro
eu fico quieto
penso e me reviro do avesso
mas nada me faz esquecer
nem o tempo
não tem remédio
os olhos se fecham
e por estes bons momentos eu deixo de pensar
deixo de existir
mas é o primeiro passo para seguir em frente
mesmo que adiante não tenha objetivos
apenas obstaculos que seu próprio ego vai construindo
talvez seja medo de ficar sozinho
e a dor vai aumentando
até alguem roubar meu coração novamente
vou me entregar
vou me fingir de esquecido
mas no fundo vou criar esta barreira entre o desconhecido
e meu verdadeiro sentimento...
vou dormir
até a dor passar

Esquecer. É tudo o que preciso neste momento... Destruído estou por dentro, mas uma hora essa abstinência vai passar.

Escrevi esta poesia em Casa...

Leandro Nascimento
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