LONGE . . .

LONGE ...
 
Tarde clara que se esvai
Longe... na casa de pedra
Mistérios da mata, dos cerros
A noite chega, com calmaria
Lua cheia, sorrindo
Fumaça aromática...
de dois incensos, subindo...
se acabando em cinzas
Distante da azáfama da vida
Solidão do verde escuro
Chama da vela acesa
O tic-tac do velho relógio,
insistente a tocar
Papéis e canetas
Versículos rabiscados
Nuvens a me observar, da janela
Os cristais de quartzo na mesinha.
pedras  perdidas no tempo
O espaço vazio que me envolve
Um arrepio na nuca se dá
O etéreo existir sem desistir
Sombras internas, que sussurram...
O ego preso no calabouço da alma
Pálido semblante no quadro.
pintura da paz... que se faz, no momento
de uma inspiração infinita,
que brota sem segredos, longe ...
 

Bruma Lilás - Taís
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