Cai chuva, cai, mata a sede desta vida
Dos campos ausentes da beleza das flores
Das almas que agonizam pela fé perdida
Deste mundo que os homens são os autores

Fertiliza a terra seca com tua água bendita
Renova os rios e as margens que são as dores
Do leito deste mal que não nos respeita
A mercê da correnteza, no vazio dos valores

Tem os olhos cegos que nos prendem em sua mão
Esmagando a esperança de viver em liberdade
Em sua face a mentira que é o disfarce da verdade

Cai, cai nos braços de quem a voz é sempre não
Daqueles homens que se intitulam autoridade
Quando as suas faltas é ignorar nossa vontade

 

Murilo Celani Servo
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