Ela dança, em meio a luzes e cores
e sob uma fumaça de cigarro barato,
atira seu corpo seminu, seus cabelos e beijos
aos olhares mais vorazes e insanos
da sua fiel platéia de quarta-feira...
que lhe devolve um sorriso pontual,
mas um tanto canibalesco e ingrato.
Ela canta!... e desperta e desejo,
a vontade, o prazer, o pecado...
dá tesão!...
bebe, fuma... joga com a vida
e trama coma morte.
Agride, rasga - sangra -
os templos e véus
mais sagrados de um povo.
Quem fora tal mulher quando menina?...
Quem fora?...
Será que já nascera assim: cantando, dançando,
pecando, jogando...
ou será que fora dançarina
de alguma caixinha de música na França?...
E no vai-e-vem da vida
ela vai dançando, cantando, pecando...
jogando, tramando, viciando...
- ILUDINDO -
e morrendo duma overdose
de pura ilusão... pura ilusão...
solidão...
I - LU - SÃO...
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