Canto,meio ao encanto
Do encontro sublime
de minha profunda virtude
com meu pranto.
De beirar à margem da impossibilidade,
à mais perfeita felicidade
Separada de mim somente
por um entretanto.
Um vão vago, sem dimensão definida
Um abismo etério, eis minha ferida
ardendo em minh'alma atingida
Pela dor e pela alegria
Por conquistar o inconquistável,
De amar o odiável...
Consequência involuntária, mania.
Afugentado nessa liberdade ambígua
De elaborar, consciente, o meu mundo
Mas, minhas falas, porém, travam na língua
E o meu canto, então, soa mudo.
Contemplo aquilo que parece me fornecer a maior das felicidades, mas há um entrave, um extremo que me divide
do alcance, que de tão perto, nem parece haver uma distância.Guarulhos-SP
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não use-o comercialmente
- Não crie obras derivadas dele