O fantasma quer sexo

 

 
 
Pela janela entra um frio estranho
Na noite morta e sombria
O pensamento também insone
Movimenta fantasmas, que agonia.
Objetos se movem
Do solitário a rosa cai
Despetalada, no centro
pinta o piso empoeirado.
A foto no quadro se enruga
Chora, sorri
Me arrepio amedrontada
Encurralada.
A sombra do lustre balança sem vento
Não agüento, soluço sem voz.
O fantasma se aproxima
Quer sexo
Sexo frio, gelado, inerte.
Não!!!
Nego, não me entrego
O travesseiro é escudo
Chicote e espada.
Às vezes toca no nada, nos móveis
Pesadelo erótico?
Ágil, alma perdida
Quer completar o coito
Interrompido, contido.
Extática aceito.
O sêmen fantasmagórico
Serpenteia nas minhas coxas.
Exala e some com seu dono.
Ficamos quites.
  
 
Juraci de Oliveira Chaves

Pirapora   MG

Juraci
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