O  que   nos  falta  ser,  se  o  que somos, é  para  cada um  ser

Sou  teu,  és  minha  e   nesse  revelar,  é  sempre  tão  sermos

Exultação  !   Propensa    exposição   de   nossos    corpos   nus 

Projeção  para  o  fugaz  talvez,  esquecimento  do  mundo sós

 

A  noite  com  sua  sombra  azulada,  nos  envolve  e  agasalha

Mas  deixa  ver   as   linhas   curvas,   de   anatômico   desenho 

Onde   sucumbes,   em   encanto  e   acordo;  incontido  desejo 

 Porque   a   hora   almejada  do  vir   tardou,   quase   não  veio

 

Acaricia-me,   reduz  e  me   refaz   em   teus  profundos  vales

Te   quero   agora   e   não  sei  de quanto  agora  será  amanhã 

Mas se isso  faz  sobressalto,  colhe-me  esse  temor  em  gozo

Desliza  em  mim,  voa  em meu  peito  e  vibra   em   orgasmos

 

Deixa-te   ficar  assim,  alma   radiante   de  múltiplos  prazeres

És  a  visão   fulgurante  que  flutua  leve   sobre  o  leito  macio

Feixe   de   sentidos,   corpos   nossos,   breve   beijo   na   testa

Exata faísca até o final dos tempos; Universo lento apagando-se    

 

 

versejando ( ao estilo de Pessoa )
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