Cristal

Esse nosso primeiro beijo resvalado entre lábios,
Caminho do amor inesperado abriu carinhos
Entre meu sentir alumbrado e teu ninho.
Comichão na alma, pulsão latente e incontida
Ruflando no desvario do destino,
Todo sentimento ausente, noite imensa
Que o coração busca, por ele não estar presente.
Te querer é certo, incerto o medo
De manter acesa a chama,
Para não perde-la em nós mesmos.
Inextricável labirinto, a paixão chega sempre voraz,
Não pede licença ao corpo ou quanto irá ficar,
Devora sem piedade, tecendo no abraço
O freme da dor e do prazer.
Errante invade invadido, de seus próprios desejos,
Do fogo fátuo, quebrando a razão,
Como um copo de cristal em mil pedaços
Para sempre se perder...