OBSERVAÇÕES SUCINTAS SOBRE O TRANSTORNO BIPOLAR

OBSERVAÇÕES SUCINTAS SOBRE O TRANSTORNO BIPOLAR

Tenho meus períodos que gosto de ouvir um ou outro tipo de música e como comecei a fazer a coleção do “Tim Maia” foi o som que eu mais estava escutando.

Na biografia dele fica claro que, de certa forma, ele usava a música e o sucesso que conseguiu, após muita luta, como revanchismo daqueles que tiveram sucesso antes dele.

Mesmo com o sucesso ele não baixou a bola para uma vida mais estabilizada.

Parecia que ele estava sempre em guerra com alguém, mas no fundo era com ele mesmo, contra as suas frustrações que não desaparecem com o sucesso.

Ele ao mesmo tempo precisava das pessoas e quando as conquistava parece que fazia de tudo para perdê-las novamente.

Hoje a medicina o diagnosticaria como bipolar ou unipolar (vive em euforia exponencial)

Estes transtornos, hoje tão conhecido por todos, felizmente tem diagnóstico fácil e com ele a desmistificação e o tratamento.

Acredito que a bipolaridade surge no momento em que a pessoa, ainda jovem, começa a lutar contra a extrema reclusão interior e terror social e acabam com isto indo para o outro extremo, graça às suas inteligências e mecanismos próprios desenvolvidos.

Aprendem a se articular, camuflando o terror, e acaba, no final, se tornando o centro da roda.

Há um “tempo” para se achar algum equilíbrio e, se não conseguido, o fim normalmente é trágico, pois a euforia precisa sempre de mais alimento até chegar, um momento, que as defesas artificiais construídas vãos desabando e com isto o seu portador.

O passo para uma saída é ter a humildade e a busca de auxilio médico, pois se não, a sensação do vazio vai sempre persegui-las.

Para elas não existem um centro e sim só os extremos e um deles é insuportável para elas  e o outro de uma vida sem limites.

O mundo não gira ao nosso redor, que é como acabam pensando no final muitos que tem este distúrbio, mas é uma vida cansativa, pois é nos pequenos momentos do dia a dia que está a verdadeira vida, o relaxamento e a alegria.

Para o bipolar não existia o centro e sim só o “ser o centro” ou o “ser ninguém”, mas já acabou o bicho papão. É só se tratar.

Eles possuem absoluta certeza de que estão certos e, na maior parte das vezes estão, e aprendem como ninguém a usarem estes conhecimentos e a manipulá-los, usando-os de forma ética, ou não.

Eu diria que para os primeiros há cura, mas para os segundos é mais difícil, pois não abrem mão dos poderes que adquirem.

Normalmente na infância ou são crianças muito tímidas, beirando à doentia, ou já extremamente expansivas e até insensíveis.

A introspecção dos possiveis bipolares é diferente; é uma incapacitação de comunicação muito ligada ao medo.

As músicas do Tim, que eu estava ouvindo e citei lá no começo, estavam atuando um pouco forte em mim e vi que estava dirigindo de forma mais agressiva.

Parei de ouvi-las e a calma voltou ao meu volante.

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