A visita

E tão de repente já tinha que ir
     -ah mas fica mais um pouco -
não podia, a pressa lhe despertou
     -puxa, é tão difícil você vir -
recitou uma frase do meu avô
"visitas curtas, amizade longa"
     -mas, você acabou de chegar-
imagina, já tinha ficado o suficiente, disse
     -mas está chovendo lá fora, espera um pouco -
imagina, acabou de parar, disse
mas não era o que a janela mostrava
     -eu te deixo em casa -
não, iria de ônibus, rapidinho
     -espera um pouco -
estou com algumas dores no corpo
preciso me deitar, disse,
    -deite-se aqui na minha cama -
não, insistiu, queria ir pra casa,
levantou-se, despediu-se, se foi!

 

 


Será que foi alguma coisa que eu disse?
Será que foi alguma coisa que eu fiz?
Meu amor não permitiria uma indelicadeza,
então só pode ter sido alguma coisa
que eu servi ou deixei de servir?
Será que minha casa é tão bagunçada assim?
Será que minhas histórias são tão enfadonhas, assim?
O tempo por vezes se alonga tanto quando
o prazer é pequeno,
pode ser que não esteja acostumada
a deixar o bem durar pouco quando alguns
males, chegam pra ficar
Fiquei acenando da porta,
um ser pasmo sob o céu cinzento e chuvoso
Sua presença deixou na minha casa
uma impressão boa, uma vibração carinhosa,
mas meu sorriso está frustrado agora,
virei um ponto de interrogação
Então adeus! Já estou com saudades!
Até a próxima vez!

 

 

Visita de pai, mãe, parente, amigos, amores, qdo é boa, valeu o dia!
Beijos e bom resto de feriado!
Elisa Gasparini
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