Quando no teu regaço me aconchego
E a face encosto ao teu ventre querido
Sinto-te a palpitar pelo tempo perdido
E quase que toco o teu desassossego.
Olhas-me terna e profundamente
Com acusações surdas, reprimidas…
Há nos teus olhos mágoas sofridas
Que se desvanecem, gradualmente
E fica a paz, a calma do momento
O contacto íntimo das nossas mentes
Sabes o que sinto, sei o que tu sentes
Ambos bem sabemos qual o sentimento.
E, se por acaso, o desejo aparece
Damos-lhe asas, cavalgamos o vento
E rodopiamos, num movimento lento
De volúpia e paixão que não esmorece
Até que exaustos pelo amor trocado
Arquejantes, do prazer sentido
Mas felizes, pelo acto vivido
Descansamos, por momentos, lado a lado...

José Carvalho Maia
© Todos os direitos reservados