Mergulho no fundo de ti
e penetro tua alma
qual flecha ardente de paixão

Busco olhar-me com teus olhos
meu mais sábio neurônio
tenta ler teu pensamento __ dulcíssima ilusão

Fito tuas formas, percorro teu corpo
célula a célula
sangue em ebulição

E luto, não me acho
pois em ti não te encontro

Perco-me no breu
dos mais íntimos segredos
descanso breve __ reflexão...

Inviolável sentimento
que insiste atormentar-me
romper a carne, sangrar o coração

E luto, não me acho
pois em ti não te encontro

Mas eis que surge a "trégua"
e a paz se faz presente
e uma lágrima quente rola em tua face...

"Trégua" é um dos poemas escritos para a SOBRAMES (Sociedade Brasileira de Médicos Escritores), regional BA, cujo sucesso se deu pela generosidade dos colegas que tanto admiro...

Salvador-BA, maio de 2004