Sertanejo secular matuto que sou de sol e de cordel,
Tenho nos pés rachados geográficos o cangaço
Nasci na caatinga na mandinga cresci
Sou dos vão da mata fechada.
Nos meus pés as marcas da vida armada
                           Nas mãos ásperas, os olhos amarelos e cansados,
E a sina do som nascente.
Na casa de duas portas
Uma janela
Três redes
Um pote de barro
Quatro panelas
Dois velhos tamboretes
E uma cama que eu fiz
Com alguns talos de palhas de coco
O colchão um brinco.
A casa era de taipa
Coberto de palha
O enfeite era um punhado de onze horas
Entre mim e o chão  não havia discórdia
Éramos felizes!
No paiou, arroz fava e feijão.
Na vara para secar
Carne de caça e tinha até traíra.
O terreiro era uma beleza
À noite eu e minha viola feita de buriti
Fazíamos à alegria do povo que a lhe havia
Eu inocente não sabia que Luiza, tinha no sangue.
A  sina do fim, do dia!
Assim um belo dia porem do oco do mundo veio
Um homi, bem talgado, e bem decente,
Posar em minha veia morada.
Á noite fazia lua, a minha viola num canto.
Suspirava em licencio, suplicando algumas notas,
A viziança chegando para vê o cumvidado.
Luiza naquela noite, fora vestida.
Com vestido florido, os cabelos cacheados.
Tinham a cor da graúna,
E Estava mais linda do que nunca,
Tinha nos olhos o brilho da lua!
Luiza foi a cunzinha fazer café e grolado pra
Mode servir á vizinhaça.
Naquela linda noite de lua se fazia
Cumprir a sina do fim do dia!
                          O homi intiligente ladino vindo da capita
                           Paricia inté doto
Arranco do borná um rumanço bem limpinho
E na gravura eu ainda lembro
Era eu juro a virgi nossa senhora.
Pediu licença, e deu com as mãos na viola.
E com uma voz menestrel, fez o povo.
A lhe chorar
Enquanto o destino tecia a trama do fim do dia.
Já pras tantas da noite vistosa
O povo foi se adisculpando, e com jeito.
Sorrateiro foram indo se embora,
Luiza então sorria agradicendo e já vestida da sina do
Fim do dia!
A noite tinha seus pranos,
E eu como muito engano
Cedir a minha cama,
Pra se cumpri a profecia,
Da sina do fim do dia. 
Luiza deixou perfume, partiu, como beija flor
Foi embora viver bem longe
No oco do fim do  mundo.
Aqui deixou roupas, a casa ficara
vazia.
partira deixando a penas
O gosto do seu sorriso.
E a profecia se cumpriu, fazendo,
Nascer o brilho
Que tinha a sina do fim do dia!
    
      

 

Boca da Mata
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