Fala! Conversa comigo uma vez mais...
Atento te escuto e, certamente,
Ouço tua alma e tua voz latente,
Ecoando sibilos de amores carnais.
 
Podes dizer-me tudo o que quiseres,
Sou espectador da tua palavra,
Conta-me os segredos que antes não contavas
Diz-me dos medos que ainda tiveres.
 
Assim como ontem eu te ouvia,
Escutarei teu monólogo, sem hesitar...
Podes contar-me do teu pesar
E dos presságios desta vida fria.
 
Não te deixarei só neste momento,
Serei teu fiel ouvinte, nesta hora;
Intera-me do teu horror de agora,
Que assim findará teu grande tormento!
 
 (2008)