MARIPOSA ESVOAÇANTE !

Ó mariposa esvoaçante!
Já nascente com o destino traçado,
Morrer sobre a chama brilhante
De um belo castiçal dourado.
 
Teu viver são momentos breves,
Assim se conta nos anais.
Levada por tuas asas leves,
Terás o mesmo fim de tuas iguais
 
A luz atrai a mariposa para a morte,
E a pobre não tem como escapar.
Tu jogaste fora tua boa sorte,
Ao trocar a luz do dia, pela luz do luar.
 
Desprezaste o meu leito
Atraída por outros lençóis,
Trocaste o crucifixo que tinhas no peito,
Por jóias que mais parecem sois.
 
Rodopiar pelos salões de festas,
Sentir de o champanhe o borbulhar,
Exibir belos diademas na testa
Ouvindo da seda pura, o farfalhar.
 
Receber muitos galanteios...
Flores de variados perfumes e cores...
Deixar aparecer em ousados decotes, teus seios!
Causando nas outras iguais, rancores!
 
Mariposa vai chegar tua hora de chorar,
Não morrerás sob o suplício da chama.
Assim que deixares de encanto despertar,
Estarás morta sobre fria e abandonada cama.
          
 
 
 
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Pobre de quem se deixa levar pela ilusão do fausto! Se deixar levar pelo borburinho dos salões de festas, pelo brilho ofuscante das joias, pelo som do cristal ao brindar é cometer suicídio porque é tudo tão efêmero e o tempo é inexorável, não perdoa.
A flor de ontem exuberante e perfumada é hoje murcha e por todos pisada.

Analisando a vida