O Convite de um Sorriso

O Convite de um Sorriso

Olhos masculinos
a acompanham atentamente.
Na cabeça um punhado 
de pensamentos errantes,
no coração um monte 
de emoções caóticas.
E então o quadro real se subjetiva,
já não é mais alguém casual, 
mas amante.
Já não se faz displicente, 
mas tem olhos de paixão.
E é assim que a face do desejo 
se desenha no rosto.
Rosto de olhos encantadores, 
de sorriso a convidar,
de forma a se fazer 
um jogo de sedução.
Intempéries em ação, 
mas o mundo parou,
nada mais tem movimento 
senão ele e a observada.
Venceu a distância. 
A face suave toca a tez barbada,
um roçar que provoca sorriso
quase infante.
Toque das mãos,
palavras secretas aos ouvidos.
Os lábios se tocam 
e o tempo vai embora.
As horas pedem paz ao relógio, 
fogem sem rumo.
E então, em um restrito instante.
Toda a efemeridade 
desafia a eternidade.
Cavalo bravio de corpo de cristal,
tão forte quanto quebradiço.
E o cristal se faz presente, 
pois que se faz brilho de olhar.
Olhos que se fixam
num jogo de desejos
onde a paixão 
criou os amantes.


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