O retrato ficou desbotado de tanto tempo puído
Lembrava só algumas imagens esquecidas em pranto
Ficou como algo que nunca existira
Aquele sofrimento rasgado de papel em branco
 
Mas toda vez que olhava para aquela imagem
A tona vinha aquele castigo tormento
Que não escapava nem as folhagens secas
Tudo era  inferno na pele nua do sentimento
 
As cruzadas ficavam frias e desertas longe
Nada era tão forte que pudesse alcançar
Aquela palidez desalmada do lapso de lembrança
Que devorava as idéias a vontade de mais uma vez amar
 
Dos retratos quase apagados nada ficou
Só imagens desfiguradas que não significam nada
Foi vida perdida vivida de maneira que causou
Só estrago na carne crua humana fraca
 
As folhas continuaram caindo depois da primavera
Os ventos se repetiram na maravilha dos invernos
Os bosques persistiram em esverdearem no verão
E as flores abriram os olhos esquecendo os outonos
 
Não se pode conter a força do tempo
Ele esmaga tudo  
Mas podemos iludir o passado
E esquecer do futuro.......
 
                                                                                                 Dubs v; f. neto 09/12/09

revoada
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