O rio.

Leito feito de sombras,
aguapés bóiam sobre as águas,

submersos os peixes desatentos,
presas fáceis para os bichos e para o homem.
 
Quase tudo passa sobre a ponte;
cobras, sapos, lagartos, caminhões e ônibus,
insetos se debatem e morrem sobre as águas mornas.
 
A lua num espelho liquido refletida só contempla
o vento que sopra em pequenos redemoinhos,
fazendo marolinhas circulares pela orla.
 
A noite recua e a lua se esconde sob o horizonte,
O sol desponta e o amanhecer fica todo raiado.
Uma procissão de pássaros debanda de seus ninhos,
em busca de alimento para dar vida aos seus filhotinhos,
e o rio por sua vez não quer nenhuma  recompensa,
apenas quer ser respeitado.
 
O rio já chorou suas magoas...
 
“(Deitado sob as sombras, ainda tem vida, mesmo torturado)”.

(Texto baseado e inspirado no poema a (noite) de Manuel Bandeira) enviado pela minha amiga e poetisa (Elisa Maria Gasparini Torres). Mais uma singela homenagem ao meu velho e querido Rio Tiête. Obrigado pelo carinho da visita ao sair deixe um comentário ou uma simples critica.
Jose Aparecido Botacini
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