Toque de leve o seu vizinho,
Cristalino,
Toque de novo e
Procure pensar,
Se ele existe
Ou é apenas forma,
Peso, preso, à nossa gente,
Roda feita a girar.

Pense bem e não recorde
Que você também o é
Peça, gente e uma pessoa
Todas juntas a se formar
Quadrículas, pedras,
Pontes, estruturas,
Figurinhas de armar.

Arma, ama e reconstrói,
Levanta, pede e suplica.
À sua volta o pó recolhe,
Verte a vida revoltada.
Pombinhas brancas, sorridentes,
Batendo asas, de domingo,
Pedidos, tédios mil perdidos,
Chorando a voz amada.
Papéis picados em procissão,
E florzinhas, miosótis,
Recolhendo a oração.

 

Uriel da Mata
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