Quando você me conheceu,
por mim se apaixonou.
Nos seus braços me acolheu,
e aos seus pés me colocou.

Desde então eu a acompanho,
sempre aos seus pés o meu amor.
Orgulhoso... não me acanho;
de lhe dar o meu calor.

Mas que inglória existência!
Quando a estação acabou,
me pôs em penitência,
no armário me largou.

Estou aqui abandonado,
junto a outros meus irmãos,
com o couro ressecado...
seu sapato de estação.

Divagação sobre o amor das mulheres por sapatos.