PAIXÕES INTERMITENTES

 
pantanoso solo o dos incautos
eufóricas ilusões, extasiados, 
apaixonados respiram em haustos

na fantasia de sentimentos puros
pobres seres imaturos
breve veem-se em dilemas duros

agarram-se à paixão ligeira
efêmeras estações do tempo
deleites no fel da dor falseira

que da realidade em pinceladas
do brilho falso que o verniz traz
todos traem-se em emboscadas

Oh, doces divas idolatradas !
e também aos seus pares divinos,
dançam todos na felicidade achada

castelos e formosos ideais
belezas dúbias, irreais,
não resistem a temporais

que a brisa doce dos encantos
no correr dos dias, redemoinhos,
desabam sonhos em desencantos

e o que era perene, infinito,
deixa estigmas, espinhos,
e o para sempre... finito ! 

...como amores de estações, belos e idealizados, são bolhas de sabão ao vento, efêmeras alegrias...