No fechar dos olhos!

Disritmia e suores noturnos.

Sombras que me sobreveem

No escuro, quando finda o dia.

Põe-se o sol a minha revelia.

Sinto o pesadelo constante.

Que de tão suprimido,

Busca uma saída incessante.

Quando me sento ou me deito,

Fecham-se meus vidrados olhos,

Tapam-se, alienados, meu ouvidos.

Mas a mente ardil,

E suas engrenagens volantes,

Colocam-me impotente.

Sinto frio, fome e sede.

Terrores me chegam, hipnotizam.

Vultos se projetam na parede.

Murmúrios de antigas angústias

Recaem em meu centro. Vozes

Que não se calam no pensamento.

Clamando por um esclarecimento

Que somente eu poderei me doar.

Insone, não encontro a resposta.

Será que estou dormindo no ponto ?

Elisa Gasparini
© Todos os direitos reservados