Minha Outrora

 
No escuro em silêncio
Ouço sussurros, estremeço
Sem surpresas, sem surpresas
Nada além da minha cabeça...
 
Tudo tão móvel sem parada, nem presença
Tão plástico, parado, ausente
Sem presença...
Aqui ou lá, faz parte da minha cabeça...
 
Com mentiras sem tristeza
Fui adiante sem certeza
Me desculpei e voltei...
Pro meu quarto, do meu lado o vazio
Voltei porque me desculpei...
 
O que vive fora da minha cabeça
Nunca está tão fora, está?
Ao longe estou sem sorrisos
Na cama vivo sem viver...
 
Cabeça, surpresas, a culpa...
E eu voltei... Voltei pra ti...
Na solidão do mundo afora
No soneto de despedida, agora...
Minha tristeza de outrora.

Marquinhos Eduardo
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