Ainda espero...

 
Te peço uma chance...
Uma chance de te fazer a mulher mais feliz do mundo...
Uma chance pra te amar...
Pra te respeitar...
Pra te dar meu mundo e viver no seu!
Só te peço uma chance...
 
Não sei como te dizer isso pessoalmente...
Meu coração salta para fora de mim,
Minha fala some!
Minhas mãos são como galhos de árvore secos ao vento...
O que eu tenho que fazer então?
O que eu faço?
Eu silencio...
Pois tenho a esperança de que o meu silêncio grite as minhas palavras...
E se ele gritar, os teus olhos fechados verão o meu olhar cheio de amor...
E tuas mãos sentirão no meu peito o coração pulsante,
Este já entregue a ti outrora...
E então iremos embora...
Repousar junto ao sol do alvorecer...
 
Guardarei sempre dentro de mim esta esperança,
Te esperarei o tempo que for necessário...
Te esperarei mesmo que o tempo seja eterno,
E que meu coração se encha de espinhos,
E que o ar me sufoque...
Que a água não sacie minha sede...
Te espero...
Pois só amei você com tal intensidade!
E creio que só te amarei deste modo.
 
Às vezes me pego a pensar no amanhã...
Se tenho você comigo, me vejo feliz,
As flores brotam,
O sol está sempre radiante,
A brisa é suave e há sempre uma doce melodia no ar...
Se não tenho, sinto frio...
Fome...
Sede...
E me vejo naquela sala, debaixo de uma chuva de pedras de gelo...
 
Por quê deve ser assim?
Por quê você chegou desse jeito,
Desarmando meu coração,
Abaixando minhas defesas,
Fazendo-me abrir inteiramente pra um novo amor,
Que não seria correspondido?
Por quê Deus quis que isso acontecece?
Ele não poderia simplesmente acabar com este meu sentimento?
Mas não acaba. Já pedi... Já implorei... Já chorei... Já clamei... e nada.
Pelo contrário... o amor flui... cresce... aumenta... e EXPLODE!
EXPLODE MEU CORAÇÃO, MEU CORPO, MINHA MENTE...
E os cacos da minha alma caem ao chão...
Mas de repente, tal qual Prometeu,
Eu me refaço, pra que tudo aconteça novamente.
Não estou acorrentado a uma pedra...
Mas estou acorrentado a você, o que é pior,
Pois as pedras não dão falsas esperanças.
Elas apenas são o que são, duras, rígidas, inflexíveis e frias.
Uma vez ouvi que um dia, das pedras brotariam flores...
Talvez você seja uma dessas flores...
A junção da dureza com a doçura...
Ternura inflexível...
Coerência paradoxal...
Como é sua convivência consigo mesma,
Ao entrar em conflito a cada instante? Eu me pergunto...
 
Mas eu te amo. Amo cada centímetro do seu ser.
Amo cada gota de lágrima dos seus olhos.
Amo cada fio de cabelo que cai sobre os ombros.
Amo cada palavra que você diz.
Amo te amar e amo o seu amor.
Será esse o meu pecado?
O teu amor era o fogo dos deuses e eu não percebi?
Mas eu não o roubei... eu só olhei para ele e me apaixonei...
O reflexo de Narciso... que me afogou em tuas águas...
É verdade que me vi em você.
Já te falei isso antes. Só não sabia que tomaria tais proporções.
 
Quem seria eu então?
Um Narciso acorrentado por Zeus,
Fadado a reviver o ápice do meu sofrimento a todo instante,
Acorrentado ao reflexo pelo qual me apaixonei perdidamente?
Se sou essa pessoa, só espero que meu destino comova o teu amor,
E chame a tua atenção...
Pois se isso acontecer, as correntes se transformarão em laços,
e o feitiço será quebrado, e o amor não mais explodirá meu ser,
Pois a fórmula se completará em você.
 
Enquanto isso, espero...
E peço-te uma chance, uma abertura, uma brecha no teu amor...
Pois o corvo está vindo novamente...
E o amor está fluindo...
E o reflexo das águas me atormentando...
Tudo isso... enquanto espero tua resposta ao meu pedido.

Wesley de Andrade
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