Atrás da Janela

Absorta em meus pensamentos

Contemplo o mar

Em seus parcos movimentos

Águas cantarolantes

Oscilam placidamente

 

Atrás da vidraça

Vida lânguida

Em voô intermitente

Paira sobre lugares sempiternos

Além da linha do horizonte

 

Fim de tarde

Começo de uma cotidiana realidade

Plurais pensamentos entrelaçados

Sonhos furtados

Desejos pela corrente marítima

Capturados

 

Saudades do teu afago

Do braço de mar

Que arrancaste de mim

Restam por fim

Apenas escombros

Aleijão

 

Surpresa alguma

Atravessa a vidraça

Nada de assombros

Vida em decomposição

 

Agora tenho do mar

Apenas a imorredoura visão

Agitando-se em ondas tímidas

No profundo suspirar

Do meu trôpego coração

 

                                           * Úrsula A. Vairo Maia *

 

  * Mantenha a autoria do poema. DIREITOS AUTORAIS REGISTRADOS NA BIBLIOTECA NACIONAL.

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