Sem urgência

Não quero a urgência do momento

Aquilo que me antecipa

Também me condena

Fere e aprisiona

Não quero que me arraste o tufão

É peso no coração

O fruto da semente

Deve ser colhido a seu tempo

Quero a maciez da brisa em meu pensamento

Não roube de mim o desejo de te amar

No meu ritmo

Menos estrepitoso que o seu

No meu peito

O amor já serenou

A cadência dos corpos atados

Se abrandou

Veio a calmaria

Foi-se o tornado

Tempestade dissolvida

Em chão árido

Não roube de mim

Aquilo que eu não quero lhe dar

O que eu não consigo ofertar

O que só se lê em meu olhar

Quando você me beija sem afeto

Rouba de mim o desejo de ser amada

Quando você me olha e não me vê

Rouba de mim

A necessidade

De ser compreendida

Decifrada

Lida e relida

Em minhas tantas páginas

Não te quero agora

Não te quero não

Preciso de mim mesma então

Há sentimentos velados

Segredos guardados

Na força do cadeado

 

                         **  Úrsula A. Vairo Maia **

 

 

* Direitos autorais registrados

 

 

 

 

 

 

 

Queridos amigos e vistantes, este poema foi escrito quando eu estava lendo o livro " O caçador de pipas" de Khaled Hosseini, que foi , portanto, minha fonte de inspiração.
Obrigada por sua visita

em meu cantinho