Luta


Na minha frente, cerra os punhos e detém-se;
Eu penso, páro, raciocino e me recato.
Em frente a mim, sem dó, piedade, nenhum tato,
Me nocauteia, pisa em cima, grita e vence.
 
No dia seguinte, acordo cedo, não arredo;
Respiro fundo, olho pra frente e dou de cara
Com sua figura: Olha-me torto e não pára
De provocar-me a aversão. Penso: Cruz credo!
 
Na confusão só a oração é eficaz.
A solidão assoladora, busco paz!
Transbordam lágrimas de angústia, dor atroz...
 
Cansada, exausta dessa guerra tão feroz,
Suplico a graça pra vencer o inimigo;
Que tenho em mim, profundamente, eu comigo.

 

 
 

São Paulo, SP - 04/04/2008