Pelas ruas alvoroçadas
no movimento frenético
das compras
eles passam ...
em frente das vitrines
em baixo das marquises,
eles passam por nós,
pequenos deslizes...
passam no sentimento
daqueles amigos solitários
filho único
sem mãe ou pai,
que também passa
por mais um NATAL
na mais profunda solidão!
Passam nas nossas ruas
nas conversas das calçadas,
eles passam...
eles passam nos enfeites,
nos adornos,
nos bilhetes, nos contornos
que todos sempre contornamos
“fingido" imenso amor...
Passam
quando as mãos
não se encontram,
passam quando um pai
não procura seus filhos
quando um filho
não busca seu pai,
passam
quando a mãe desiste!
Passam
quando o filho insiste...
e vão passando por nós
todos os anos!
E os anos,
tornam-se amontoados de números
e nós, atordoados pensamos:
É NATAL...
O shoping bonito,
tantas luzes...
e nossa chama tão frágil!
quase apagando,
pois é um engano
não ter visto o menino Jesus
enquanto passava,
e enquanto corríamos
à procura do presente
nem percebíamos
que o aniversariante
passava por nós
sem sequer ser lembrado!
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