O poeta que eu fui contava outras histórias...
E o meu peito incompleto leva essa saudade:
Se nem eu reconheço tão doces memórias,
Era eu que não era quem sou de verdade?

Ou o autor não sou eu nos poemas de agora,
E é assim que de mim a saudade me invade?
Poderei ser o mesmo contando vitórias
E depois lamentando as adversidades?

O poeta que eu sou leva saudades novas:
Quem me dera de volta o talento de outrora!
Pois não sei descrevê-las com versos modernos...

Mas pudera escrever como em tempos de glória,
E a saudade por certo se iria da trova,
Escondendo-se assim desse encontro hodierno...