E era domingo, um dia chuvoso...
Destes nebulentos que nada se faz
Tão entediante que dava nos nervos
Por não se achar um pouco de paz.
 
E era tanta gente que chorava a vida
Pois é no burburinho que se satisfaz
Daquela ausência na alma do mundo
Pois dentro de si não encontra paz.
 
E era um reclamar que não tinha fim
Um louco desejo de ter sempre mais
Sem encontra rumo por querer de tudo
Como se em tudo encontrasse paz.
 
E por não ter pressa o dia passou
Com uma sutileza que nada desfaz
E pela noite adentro seguiu o seu rumo
Porque as crianças já dormiam em paz.