O canto do pássaro dos prantos

O canto do pássaro dos prantos

O canto do pássaro dos prantos

Chora minguante. Ó pássaro não livre
Pela liberdade tão afastada de ti
chora que como encuralado por um tigre
No desespero da real consciência de si.

E como se a gaiola que te prendem as asas
Fosse maior que tua própria solidão
'Inda não te tirastes o sonho de ir à sua casa
E entoar o assovio de sua canção

Música pura e triste. "Retrato do desamparo"
Era o que lhe amparava, como um cafuné
Era o dom ao seu conforto, era único e raro
Se percebessem, os tolos, iriam te aplaudir de pé.

Doce sua monomelodia melancólica
Luz eterna de um túnel infindável
Era o texto da liberdade em retórica
Num equilíbrio infinitamente estável.
 
 

Que se libertem todas as raças presas pelas atrocidades...

Esse é o meu desejo...
Esse, é o meu canto.

Guarulhos, SP.