Um dia,
me sentei num banquinho
desse pequenininho
que nem me cabia.
Chamei uma amiga de outrora
hoje já foi embora
e me pus a fuxicar...
Eu ia,
pensamento no barquinho
descendo o ribeirinho
que eu nem sabia
onde ia dar,
onde aflora?!...
O rio,
e o pensamento
do agora!...
E me propus sonhar...
Dai eu fui...
me vi na senzala,
fui negra faceira,
só parei pra fuxicar...
ficava ali depois da lida
alinhavando o tecido
no final, ia puxar...
E no meio dessa vida dura,
de tanta amargura,
e de tanto apanhar,
fazia uma roda de amigas
esquecia as feridas
sentávamos à fuxicar...
Falávamos dos senhores,
ou das mãos
que seguravam os açoites...
dura vida!
Um pouca esquecida
em meio ao colorido,
em meio a miscigenação!...
Onde um fuxico, se une ao outro
forma corrente, toma amplitude...
é mesmo como falar de alguém,
não da pra voltar,
nada mais detém...
Pra se fuxicar, é preciso cuidado!
pra formarmos as peças
é preciso saber,
onde vamos chegar!
É como o convívio...
se vamos viver,
ou teatralizar...
Um dia,
me sentei num banquinho
desse pequenininho
que nem me cabia
chamei uma amiga de outrora
hoje já foi embora
e me pus a fuxicar...
QUER FUXICAR? VAI FAZER FUXICO!...RSEm casa fuxicando com os meus botões...
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