Lágrimas I

O meu ser se consome em pranto,
Os meus dias choro intensamente,
Esperando da dor não recente
O alívio! Pra quê sofrer tanto?
 
Rolam lágrimas como torrentes.
E por vezes nem isso eu tenho
E querendo chorar eu detenho:
A agonia e a dor tão latentes.
 
Peço mais do que incessantemente
Solução para Deus, para o mundo.
Porém quanto mais peço mais fundo
Se regride e piora-se a mente.
 
Até quando, até quando essas cenas:
Desamor, dor, tortura, loucura,
Juntas insistirão na ruptura
Do sorriso... Ilusão era apenas?
 
Por que ria e sorria, meu Deus?
Um palhaço acaso era eu?
Porém sei, o sentimento que é meu
Do sofrer, também eram os Seus.
 
Masoquista sei bem que não és,
Muito menos um sádico cruel.
Então volte, Deus, desça do céu,
Para ao menos tocar-te os pés.
 
Sinto falta do abraço, do afago,
Do Teu beijo, do olhar, do curar,
Que só Tu a mim podes doar;
O meu preço, sei bem: Já foi pago.
 
Só descendo daí, de onde estás,
Só voltando, Deus, pra me buscar,
Poderás o meu pranto enxugar;
Poderei ter sossego e ter paz. 

 

"E Deus limpará dos olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque as primeiras coisas são passadas." Apoc. 21:4

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São Paulo, SP - 20/01/2007