Noite silenciosa, paragem que nada se via,
Recanto ébano a tanta miragem e solidão,
Num casebre de estuque um solitário vivia,
Tocando a sua roça, para dali tirar seu pão.
Laborava, e a enxada era o seu dia-a-dia,
Na capina e derrubadas, fazia por devoção,
Na labuta acerba a Deus sempre agradecia
Suas fartas colheitas, de joelhos, em oração.
Sofrida vida campestre: era o que ele dizia
Sem querer ausentar a sua plena satisfação,
O campo é minha vida, convicto já insistia:
Minha luta é árdega, com orgulho e emoção.
Colho frutos da minha refrega com primazia;
Prosápia deste homem que vive neste sertão.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Distribua-o sob essa mesma licença